Pode ser origami, pintura,modelagem, escrever mais uma letra. Tudo são pretextos para manter a actividade, o convívio e a vontade de voltar para aprender algo novo. O objectivo é que cada uma das senhoras que pertencem ao grupo onde faço intervenção, possa experimentar todos os dias o sentimento de alguma realização pessoal.Isto é quanto basta para quem, da infância diz apenas não conseguir recordar nenhum momento feliz.
As memorias que têm bem vivas são as do tempo da roça, onde trabalharam desde meninas, dos trabalhos forçados, das noites dormidas sem condições.Apesar de tudo voltam todos os dias entusiasmadas, com a mesma força de vontade, persistência e empenho.
A alegria que exteriorizam ajuda a dissipar as nuvens que teimam em permanecer.Não sabem pôr em palavras a atitude corajosa com que diariamente fazem frente às adversidades da vida.Mas, se a infância a encher sacas de cacau tivesse sido passada na escola, talvez hoje pudessem ser suas as palavras:
"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
Mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver,
Apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vitima dos problemas
E tornar -se autor da sua própria história. (...)