terça-feira, 9 de março de 2010

Abecedários Ilustrados na Revista Pública

Os abecedários ilustrados estão entre os primeiros livros que surgiram dirigidos especificamente ao público infantil.Não funcionavam como manuais escolares pois eram destinados a ser vistos em casa, normalmente em famílias pertencentes a classes mais elevadas. Permitiam desta forma a inserção da criança no universo precoce da leitura e da escrita.

Estes livros suscitavam a curiosidade e estimulavam uma certa precocidade na aprendizagem da leitura. Tinham também um papel muito importante no reforço afectivo na relação adulto- criança, já que na maioria das vezes eram explorados em conjunto por pais e filhos. A Cartilha de João de Deus, que aí encontrou grande fonte de inspiração, tem associado o nome “Maternal” precisamente para dar ênfase a essa relação plena de afectividade, necessária à sua exploração e análise. No dia 7 de Março de 2010, a Revista Pública publicou um artigo sobre Abecedários Ilustrados. A Pública ouviu Rosário Araújo, André Letria e Paula Ramos sobre este tema.

Os actuais abecedários ilustrados, ligando as letras a palavras e frases sugestivas, estimulam a imaginação e a fantasia”, diz Paula Ramos, e acrescenta que através deles se “inicia a criança na sensibilização e gosto por uma cultura visual que pode servir também como base da educação estética e dos sentidos”. Além disso, “são pontos de partida óptimos para dinamizar actividades lúdicas na escola ou na família”. A educadora Paula Ramos destaca, por último, o papel importante que os alfabetos ilustrados têm no despertar da curiosidade nos miúdos. “A criança sabe que dentro dos livros há histórias que a fascinam. Podemos então ajudá-la a tomar consciência de que essas histórias são feitas de palavras e essas palavras são feitas de letras.” Deste modo, o miúdo irá criando interesse pelo reconhecimento das formas e sons das letras. E acabará por cantarolar o abêcê. “Da curiosidade nasce a procura, e assim teremos o terreno fértil para lançar a semente da leitura e da escrita.” É o que todos queremos, não?

(excerto da rubrica miúdos, escrito por Rita Pimenta ver aqui, na Revista Publica 07.03.10)

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